E por falar em amor...
- Liux Leah Academy
- 26 de mar. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 1 de abr. de 2020
por Daniela Maistrovicz

Com o passar das eras, o corpo emocional e mental dos seres humanos começou a se desenvolver e se individualizou, e assim, passamos a ter consciência de si mesmos. A dualidade surgiu, porque os corpos emocional e mental evoluíram, propiciando uma experiência agora de individualidade, pois até então, não existia essa noção, os seres humanos eram regidos por uma só grande consciência coletiva. Esse foi o evento narrado, de forma metafórica, nas tantas vertentes filosóficas e religiosas, sobre a queda de Adão e Eva do paraíso. Até então, a dualidade era desconhecida, os humanos eram quase como animais vivendo na Terra, não sabiam sobre o bem e o mal, não tinham capacidade de racionalizar, de comparar, de julgar, de premiar ou punir, a pureza e a inocência, os habitava, pois não tinham até então, o livre arbítrio.
A evolução natural, trouxe a possibilidade da escolha, mas também a consciência das consequências dessas escolhas. Nessa época, começou-se a desenvolver imensamente os atributos emocionais e mentais. Os seres humanos passaram a ter vontades próprias, desejos e sonhos. E agora, acreditavam viver separados, e isso começou a causar medo. De fato, nunca estivemos separados da parte divina em nós, apenas uma ilusão dos nossos atributos sensoriais que estavam se aprimorando. Acabávamos de receber o poder e a capacidade da cocriação, podíamos agora criar nossos próprios caminhos, fazer nossas escolhas. Tínhamos livre arbítrio, mas tínhamos agora uma consciência por nossos atos. E isso nos trouxe amplas oportunidades, mas também enormes fardos. Mais uma vez, o medo nos habitou e nos conduziu, pois nos sentíamos separados da parte divina em nós.
Há dois mil anos, tivemos a oportunidade de um novo despertar. Até então, o medo nos dominava. Mas veio aquele que trouxe a mensagem de amor e de esperança. Que nos ensinou o que é ter fé inabalável, que veio restituir nosso poder interior. A verdade havia se perdido naqueles tempos. Pelas vias do poder e do ego, alguns poucos nos controlavam. Estes sabiam exatamente do controle que podiam exercer sobre uma população inteira, através da culpa e do medo.
Um enorme código de conduta, de coisas certas e erradas, nos foi outorgada, e por medo, nós seguíamos. Nunca foi por amor, onde há amor, não há medo. Ensinaram sobre um certo Deus que vive fora de nós, que está longe e separado. Ensinaram que esse Deus, julga e castiga. Ensinaram que Deus elege pessoas e que destitui outras. E que se fôssemos bons, seríamos premiados e se fôssemos maus, seríamos castigados. O sistema de crenças detinha tanto poder pelo medo sobre as pessoas, que era também a lei política e social. E todos seguiam esse sistema aprisionante de leis e regras, de um certo e errado criado pelos homens, não porque queriam, mas por obrigação e por medo de punição divina. Onde há obrigação, não há amor. Onde há espera por premiação, ou por reconhecimento, não há amor. Onde há contratos, não há amor. O amor não exige, não prende, não molda, não obriga, não castiga, não destitui, não cobra.
Esse Deus era a personificação do medo, que nos fazia seguir a cartilha de um sistema instituído, não porque tínhamos fé ou por que nos preenchia de bons sentimentos, mas apenas porque tínhamos medo. Esse Deus, criado pelos homens, não era provido de amor, e não nos ensinou a amar.
Então, nos foi trazida uma oportunidade. Um mensageiro do amor veio a Terra para nos trazer a verdade, ensinar sobre o poder que trazemos dentro de nós. Para nos mostrar o verdadeiro Criador, que é regido e nos rege apenas pelo amor, nos fez a partir desse amor. Esse mensageiro do amor, veio para nos ensinar que uma chama do Criador, nos habita. E grande é o nosso poder. Veio nos ensinar o poder da oração, o poder da fé e o poder do amor. Veio para nos fazer compreender, que precisávamos resgatar a pureza dos memoráveis tempos onde desconhecíamos a dualidade, assim ele disse, somente os puros de coração entrarão no reino dos céus (reino dos céus = um estado elevado de ser que somente os sentimentos naturais do espírito nos permitem. Atrelados a pureza e a inocência, esse estado de ser, é incapaz de julgar, de controlar, por que na pureza, não há medo, só amor, não há dúvidas, somente fé)
Veio para nos dizer que a vida na Terra, não é um martírio, nem um castigo, nem um peso, mas uma dádiva, uma imensa oportunidade de evoluirmos, de sermos felizes, de criarmos nossa própria realidade, e que tudo está sempre bem, pois somos espíritos universais e imortais, e que aqui, estamos apenas por pouco tempo, não somos este corpo físico, apenas estamos nele, por um tempo. E um presente assim, só é dado, para alguém a quem se ama incondicionalmente. Sim, Deus nos ama incondicionalmente, ou seja, não impõe condições para nos oferecer o seu amor.
Fazem dois mil anos, e aqui estamos nós. Sofrendo pelos mesmos infortúnios, ainda somos presas fáceis do medo, pois ainda não percebemos o divino em nós. Apesar de tudo o que o mensageiro enfrentou para que a mensagem chegasse a nós, até esse tempo, não aprendemos. Ainda não sabemos o que é a fé inabalável, e que nela, reside o nosso poder.
Como um ser divino pode não crer em sua própria divindade?
Onde há fé, não há medo.
Ainda não nos conscientizamos, que temos o Criador habitando dentro de nós, e que somos feitos de puro amor, e que sendo assim, não há razões para ter medo ou culpa. Ainda não aprendemos, que somos completos por si só, e que sendo assim, não há necessidade de aprisionar o outro, isso não é amor, isso é medo. Ainda não nos conscientizamos, que amor vem atrelado à liberdade, e de tanto que o Criador nos ama, nos deu a oportunidade de sermos cocriadores de nossas vidas, de fazermos escolhas e de aprendermos com nossos erros, e ainda assim, nós mesmos aceitamos e cedemos às tantas correntes emocionais e sociais que nos são impostas, nos aprisionamos, e onde não há integridade, ou liberdade de se ser quem é, não há amor, há medo. Onde há obrigação, não há amor, há medo. Onde vive-se para satisfazer apenas os outros, não há amor, há medo. Onde se busca reconhecimento e aceitação, não há amor, há medo. Quando deixamos de viver nossos próprios sonhos, e passamos a viver os sonhos dos outros, não estamos sendo movidos pelo amor, mas pelo medo. Somente na liberdade, existe amor.
Este evento, está repleto de amor. Talvez nós mesmos, inconscientemente o tenhamos cocriado em escala global, porque não aguentamos mais tanta pressão, para podermos escapar de toda essa manipulação do medo em nossas vidas. Estamos tão voltados ao externo, à expectativa do que vem de fora, à satisfação barata e efêmera que a vida imediatista do capitalismo e das relações forjadas por contratos nos proporcionam, de forma imposta, que de repente temos medo até mesmo de conviver conosco, de uma forma assim, mais íntima. Porque talvez tenhamos que nos despir de todas as máscaras sociais que criamos, e encarar a nós mesmos, a nossa real essência. Talvez precisemos fazer antes as pazes conosco, e com amor, nos restituirmos de tudo aquilo que permitimos que fosse tirado de nós.
Mas talvez, seja exatamente isso que queremos e precisamos. Dar um basta no medo, quebrar as correntes que nos auto-infringimos. Talvez seja essa a grande oportunidade, que, com imenso amor, nos foi dada, de recomeçarmos de forma correta. De percebermos que não há motivos para ter medo, que temos escolhas. De começarmos a ser quem realmente somos, de assumirmos nossos sonhos, nossas próprias verdades, nosso sentir mais profundo e verdadeiro. De fazermos desse mundo, um mundo diferente, melhor , mais justo, mais humano e mais livre.
Somos livres e temos imenso poder dentro de nós, o Criador nos habita. Então, vamos em busca de acessar este poder.
O mensageiro, há dois mil anos, nos ensinou sobre esse nosso poder. Nos mostrou com seu próprio exemplo em vida, com sua humanidade, (porque sim, Ele foi humano, como nós) que não precisamos de grandes multidões reunidas, ou de grande estardalhaço para falar com Deus, mas sim de silêncio e recolhimento. Deus nunca esteve fora de nós, e somente através do silêncio é que podemos fazer chegar nossa oração até Ele. Mas estamos tão devastados pelo ruído, que não conseguimos silenciar, nem a mente e nem o coração. Não precisamos saber de tudo, encontrar culpados, achar meios de resolver as coisas, de compreender cada ação tomada, de saber os números todos os dias. Isso é controle, e controle não é amor, é medo. Lembra? Somos completos.
A única forma de sairmos dessa prisão, não a da quarentena, essa é a nossa porta, nossa chance de pararmos para refletir por um tempo, mas a dos padrões que por séculos nos tem dominado, é nos voltando para o silêncio de nosso interior. É conversando diretamente com nosso Eu Maior, Aquele que tem contato amplo com o Criador e que tudo sabe. Aquele que é o melhor em nós. Dentro de nós está a paz de que precisamos, e estão todas as respostas que buscamos. Foi dessa forma que o mensageiro nos ensinou a rezar e a encontrar o amor em Deus. Foi dessa forma que ele viveu e atingiu a maestria, essa foi a grande mensagem. Quando ele falou: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida” , não quis dizer que ele, o mensageiro, era o caminho, a verdade e a vida, ele serviu de exemplo, era o Eu Superior que falava através dele, o utilizando como instrumento, e dizendo que cada um de nós tem acesso a esse nosso Eu Maior, e é nesse encontro, neste diálogo direto que fazemos com nosso Eu Superior, que está o Caminho, a Verdade e a Vida. É através desse contato , e somente através desse contato, que sentiremos o amor de Deus, e somente assim o medo se dissipará. E somente então, descobriremos o poder que há em nós, e sobre o verdadeiro amor incondicional, que está muito além do que compreendemos por amor aqui na Terra, e que esse amor nos habita, sempre nos habitou. Nunca foi sobre medo ou castigo, sempre foi sobre dádiva e amor. A vida é uma dádiva de amor.
Esse é o Caminho, essa é a Verdade e essa é a Vida como deve ser vivida. Deus nunca esteve fora de nós, está conosco em todos os lugares. Não há motivos para ter medo se temos a divindade e tanto amor assim dentro de nós. Tudo está sempre bem!
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